quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pensar é um ato, sentir é um fato.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca."

Quais melhores palavras pra definir essa escritora maravilhosa que inspirou e prestigiou todos nós com sua existência? Clarice Lispector! Deixo aqui minha homenagem à ela, esta maravilhosa mulher que de tão intensa e entregue aos seus sentimentos, me fez sentir na pele,  nos ossos, quase como almas gêmeas, sentir através de suas palavras, todo o amor, a paixão, a dor e a tristeza nos escritos de Clarice.E me identifiquei várias vezes, como se lá no fundo compartilhassemos da mesma dor, da mesma angústia e mesma alegria...quase pensei que éramos irmãs de tão parecidas...e cheguei a pensar: com que direito, com que direito essa estranha vem e rouba pra ela as minhas dores?Como ela pode saber mesmo tendo vivido em época diferente da minha, como ela se atreve a saber assim tão profundamente tudo que se passa dentro de mim? Espíritos femininos, coisa de mulher...sei lá!Só  sei que não se pode entender Clarice, o que podemos fazer é apenas sentir Clarice. Vamos arder, arder, flamejar, pois antes que tudo isso acabe...amo-te Clarice Lispector!!!!


Pequena Biografia de Clarice

Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).

Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo.

Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".