Apesar de vivermos na época em que está na moda ler sobre vampiros que evitam beber sangue humano e que brilham quando expostos à luz do sol, posso dizer que já produzimos obras realmente grandiosas e espetaculares. Sinto falta de obras assim e anseio que às vezes parece que não voltaremos mais a ter livros como antigamente. Uma ou outra vez surge alguém que me afasta dessa realidade cruel, autores jovens e atuais que buscam no passado referência para se fazer ler com qualidade. Dentre essas obras inspiradoras e que jamais serão feitas iguais destaco o livro que mais me marcou na vida, o livro que não conseguia parar de ler, que me fez dedicar horas do meu dia à sua leitura, que me fez perder o sono, me apaixonar por cada um de seus personagens. Este livro é Cem anos de Solidão.
Um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas. Uma menina que comia terra e desenhava com suas fezes desenhos nas paredes. Um lugar mágico e cheio de histórias fantásticas e personagens únicos. São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romance, no qual se narra a mítica história da cidade de Macondo e de seus inesquecíveis habitantes. Lançado em 1967, Cem Anos de Solidão é tido, por consenso, como uma das obras-primas da literatura latino-americana moderna. O livro logo tornou o colombiano Gabriel García Márquez (1928) uma celebridade mundial; quinze anos depois, em 1982, ele receberia o Prêmio Nobel de Literatura. Aqui o leitor acompanhará as vicissitudes da numerosa descendência da família Buendía ao longo de várias gerações. Todos em luta contra uma realidade truculenta, excessiva, sempre à beira da destruição total. Todos com as paixões à flor da pele. E termino dizendo que fiz pouco, muito pouco, pois não existem palavras capazes de definir a grandeza e beleza dessa obra.
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